Inovação e erro

Inovação e erro

Algumas marcas de empresas e produtos são quase da nossa família. Sentam à mesa no café, vivem  conosco. E, de repente, muitas acabam ou encolhem. Acham que vão durar para sempre porque dominam mercados,  tecnologias ou porque se sentem inatacáveis.

As empresas precisam inovar sempre para se manter vivas. Isso significa sair da zona de conforto, arriscar, algumas vezes errar. Um interessante e-book com 50 empresas que falharam ao inovar foi feito pela Valuer, uma aceleradora de startups dos EUA. Algumas empresas ainda existem. Outras já fecharam.

São marcas globais como Kodak, Nokia, Xerox, Blockbuster, Yahoo, Segway, IBM, JCPenney,  Blackberry, Sears, Macy’s, Hitachi, Polaroid, Toshiba, RadioShack, Motorola, Sony, Nike, Google, Hummer, Netscape, Abercrombie, Atari, ToysRUs, Compaq, GM, Concorde.

Alguns exemplos valem ser lembrados, pois servem de alerta. A Nike  lançou uma pulseira para rastreamento de fitness, o Nike FuelBand,  em 2012. Era o futuro da computação vestível. Não vendeu o que esperava e está saindo do negócio de dispositivos portáteis. O jipe Hummer  foi criado para os militares. Ficou famoso com Schwarzenegger. Era caro e resistente, mas não passava de um símbolo de status. O alto consumo de gasolina e consumidores mais conscientes com o meio ambiente fizeram  a fábrica fechar em 2009. A marca de moda americana Abercrombie &  Fitch já foi uma das mais modernas no início dos anos 2000. Os tempos mudaram e os grandes logotipos com preços altos  não atraem mais o  público jovem. Marcas de “fast fashion”, como H&M e  Forever 21,  oferecem roupas baratas em constante rotação.

Foi a Xerox  que inventou o PC. Estavam convencidos que o seu futuro seria  em máquinas de cópia. Não entendeu que não se pode continuar ganhando dinheiro perpetuamente com a mesma tecnologia.

A Nokia foi a primeira a criar uma rede de celular no mundo. Era a líder global em telefones móveis. Com a Internet, outras empresas entenderam que os dados, não a voz, eram o futuro. Em vez de apostar em software, continuou se concentrando no hardware. O mesmo caminho  tomaram a Motorola e a Sony:  medo de inovar e escolhas erradas.

Já a Polaroid e a Kodak,  que inventou a máquina fotográfica digital, continuaram apostando na foto em papel e desapareceram. A IBM,  que fabricava grandes computadores, não se adaptou aos computadores pessoais e caiu. Se reinventou em softwares corporativos.

Aqui entre nós muitas empresas, por arrogância de alguns dirigentes, ou por dimensionarem  mal os riscos e a rapidez com que a tecnologia chega, estão arriscando sua sobrevivência. Sólidas redes que se acomodaram dão espaço para concorrentes ousados e rápidos. Sem robustas estratégias de inovação, nenhuma companhia vai sobreviver. Mas para mudar  a estratégia, é preciso mudar a cultura da empresa. E para mudar a cultura é preciso mudar o mindset, o jeito de pensar a vida e os negócios. Fazer sempre do mesmo jeito não leva a futuros promissores.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *